Continuando, vamos ver agora os diretores e roteiristas.
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MELHOR DIRETOR:
– Michel Hazanavicius (O Artista)
– Alexander Payne (Os Descendentes)
– Martin Scorsese (Hugo)
– Woody Allen (Meia-Noite em Paris)
– Terrence Malick (A Árvore da Vida)
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Ano passado aconteceu algo interessante nessa categoria: quatro diretores já bem conceituados e conhecidos (David Fincher, Darren Aronofski, David O. Russell e os irmãos Coen) enfrentavam um novato em Hollywood, ainda que veterano em seu país natal, a Inglaterra (Tom Hooper). Resultado: ganhou o novato. Esse ano a mesma coisa pode se repetir. Quatro veteranos e consagrados diretores (Martin Scorsese, Woody Allen, Terrence Malick e Alexander Payne) enfrentam um novato em Hollywood, ainda que veterano em sua terra natal, a França (Michel Hazanavicius). E o “novato” tem grandes chances de levar novamente. O francês foi corajoso ao investir em um filme difícil (mudo, preto-e-branco, ambientado nos anos 20, com cenas musicais) e vem se dando muito bem – e não será surpreendente se sua direção também for premiada. Ainda assim, acho que Scorsese merece mais, por dar uma aula de cinema e de como se deve usar o 3D em “Hugo”. Aliás, quem não viu o filme no cinema não sabe o que está perdendo – nunca o 3D funcionou tão bem pra colocar o público dentro do filme. Payne corre por fora e tem chances principalmente se a Academia decidir premiar “Os Descendentes” como melhor filme – pouco provável, mas não impossível. Já Malick vai se contentar com a indicação por sua pretensão (e se sentir estimulado a trabalhar mais, já que ele fez apenas 4 filmes em mais de vinte anos mas parece que agora já tem 2 filmes engatilhados pros próximos dois anos) e Allen deve levar o prêmio de roteiro.
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MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Os Descendentes – Alexander Payne, Nat Faxon e Jim Rash
Hugo – John Logan
Tudo pelo Poder (The Ides of March) – George Clooney, Grant Heslov e Beau Willimon
Moneyball – Steven Zaillian, Aaron Sorkin e Stan Chervin
O Espião que Sabia Demais (Tinker Tailor Soldier Spy) – Bridget O’Connor e Peter Straughan
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Aaron Sorkin, criador da melhor série de TV de todos os tempos (“The West Wing”), pode realizar o feito de ganhar o Oscar de roteiro adaptado dois anos seguidos – levou o prêmio ano passado por “A Rede Social” e pode ganhar de novo esse ano pela adaptação que fez do antes considerado infilmável “Moneyball”. Teve para isso a ajuda de Steven Zaillian, outro veterano e também ex-ganhador do Oscar (“Traffic”, “Syriana”). Mas eles enfrentam um páreo duro, já que é muito provável que a Academia decida dar um prêmio de consolação para “Os Descendentes” (cuja adaptação foi feita, dentre outros, pelo ator que faz o diretor da faculdade da série “Community”) e escolham essa categoria para isso. Correm por fora, todos com chances: “Hugo”, do dramaturgo John Logan (que escreveu a peça “Red”, ganhadora do Tony e que estreia no Brasil no segundo semestre); “Tudo pelo Poder”, adaptação de uma peça da Broadway; e o difícil e complexo “O Espião Que Sabia Demais”, adaptado do livro de John Le Carré.
Faltou aqui a ótima adaptação de “Drive”, que melhorou o livro já bacana de James Sallis e o transformou no melhor filme do ano.
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MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
O Artista – Michel Hazanavicius
Missão: Madrinha de Casamento (Bridesmaids) – Annie Mumolo e Kristen Wiig
Margin Call – O Dia Antes do Fim – J.C. Chandor
Midnight in Paris – Woody Allen
A Separação (A Separation) – Asghar Farhadi
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Essa é uma das categorias mais difíceis do Oscar, porque todos os filmes merecem o prêmio. Menos “O Artista”, talvez, que tem uma história bem simplória e previsível. Mas os outros quatro são fortíssimos candidatos – e isso porque ficaram de fora roteiros incríveis como “Young Adult” (da ganhadora do Oscar por “Juno” Diablo Cody), “50%” (baseado na história real vivida pelo próprio autor e pelo ator Seth Rogen) e “Vencer ou Vencer” (filme estrelado por Paul Giamatti).
Seria bem legal se “Margin Call”, um dos melhores filmes do ano, levasse o único prêmio ao qual foi indicado. Também seria bacana se a irreverência de “Bridesmaids” ou a crueza e verdade de “A Separação” fossem reconhecidas. Mas deve levar mesmo, e merecidamente, o mestre Woody Allen.