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Posts Tagged ‘Liam Cunningham’

Dois dos filmes que eu estou mais ansioso pra assistir esse ano são “Shame”, com o Michael Fassbender como um viciado em sexo e a Carey Mulligan fazendo a irmã dele, e “Drive”, em que o Ryan Gosling faz um dublê de cinema que dirige carros em roubos a banco e que também tem atriz de “Educação” no elenco. Os dois filmes estão entre os mais cotados pra indicações ao Oscar, principalmente o segundo, que ganhou prêmios no Festival de Cannes. E ambos, além de estrelados pelos astros do ano (Fassbender fez o Magneto no último filme dos X-Men e interpreta Carl Jung no prestes a estrear “A Dangerous Method”, enquanto Gosling estourou de vez depois de anos fazendo filmes “indie” – além do filme preferido de quatro em cada cinco meninas, “Diário de uma Paixão”), são dirigidos por relativamente novatos, mas que vêm causando barulho, respectivamente o inglês Steve McQueen (sem relação com o astro dos anos 60/70) e o dinamarquês Nicolas Winding Refn. Decidi então assistir este fim-de-semana os filmes anteriores deles. E se fiquei um pouco desapontado com os filmes em si, os diretores demonstraram ter talento e estilo diferenciados, ousados até, e dá pra ver que são obras bem pessoais.

De Refn assisti “Bronson”, que conta a história real do prisioneiro mais violento e mais famoso da Inglaterra, um cara que simplesmente decide bater em todo mundo que cruza seu caminho e que tem o objetivo de virar celebridade. Bater é pouco, é preciso pelo menos cinco policiais pra contê-lo. Mas fiquei me perguntando pra que fazer um filme sobre um cara desses. Não dá nem pra simpatizar com ele, ainda que seja interpretado com vigor por Tom Hardy, um dos mais promissores astros da nova geração (ele era o “músculo” em “A Origem” e será o vilão Bane no novo filme do Batman). O modo de contar a história é bem criativo (o personagem conta a história pra uma platéia em um teatro, com toques de pantomima e teatro do absurdo) e nisso reside o único charme do filme. Interessante, mas eu não curti.

De McQueen eu vi “Hunger”, outra história real, dessa vez sobre um criminoso político irlandês que ficou célebre por iniciar uma greve de fome na prisão, o que o matou mas causou burburinho no conflito Inglaterra – Irlanda do Norte na época do governo da Margareth Thatcher. Fassbender, em um dos seus primeiros papéis de destaque, impressiona, e o filme tem uma cena de 22 minutos ininterruptos de diálogo entre o personagem dele e um padre interpretado por Liam Cunningham. Essa cena sozinha vale o filme (que aliás foi escrito pelo dramaturgo inglês Enda Walsh, autor da peça “Bate-Papo”, entre outras) – os atores moraram juntos por duas semanas só pra conseguirem decorar a cena e torná-la natural. O início também é bom, focando em um dos policiais que cuidam dos prisioneiros políticos (e acaba assassinado em uma cena chocante), demorando quase meia hora pra mostrar o protagonista. Mas o resto, embora muito bem feito, é uma sucessão de espancamentos, prisioneiros pintando as paredes com as próprias fezes e no fim o protagonista esquálido morrendo. Não é pra qualquer estômago.

“Bronson” e “Hunger” não foram lançados no Brasil e podem ser encontrados em importadoras. “Drive” e “Shame” devem estrear nos cinemas no início de 2012.

“Bronson” (EUA, 2008) – Dir.: Nicolas Winding Ref. Com Tom Hardy. NOTA: 4

“Hunger” (ING, 2008) – Dir.: Steve McQueen. Com Michael Fassbender e Liam Cunningham. NOTA: 6

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